terça-feira, 20 de janeiro de 2009

[2012]

Dizem as profecias de Nostradamus, da Bíblia, do Torá, do Alcorão, da civilização Maya, Asteca, Inca e Egípcia, o profeta Raulzito e talvez até das pedrinhas do seu quintal que o mundo um dia vai acabar.
E se este dia estivesse próximo? Digamos, não daqui a um ano ou dois, mas em três anos?
E se este dia fosse em 2012?

Por algum motivo que não se sabe explicar muito bem, várias profecias e previsões de diferentes locais e pessoas concordam que, se o mundo não vai definitivamente acabar em 2012, algo de muito sinistro ocorrerá.

Há o calendário Maya. Apesar da civilização Maya ter evaporado da face da Terra (dizem os ufólogos, levados por seres extraterrestres para outro planeta), seu calendário previa milhares de anos após sua própria extinção. Mas, ou porque isto realmente significa alguma coisa, ou porque eles tinham que parar o calendário em algum momento, fato é que o calendário termina exatamente no ano que nós, civilização cristã ocidental, passamos a chamar de 2012.

Há rumores de uma profecia de Nostradamus, embora eu não possa reamente afirmar isto, que dizia que a terceira grande guerra ocorreria sob o poder de um líder negro em uma grande nação.
Obama tomou posse hoje e seu primeiro mandato se encerra em 2012.

Há também o tal do Nibiru. Dizem mais uma vez aqueles ufólogos e os lunáticos que um grande corpo celeste se aproxima da Terra em rota de colisão, e que a NASA esconde este conhecimento para evitar pânico.
Se a NASA esconde ou não esconde, a questão é que, por algum motivo, o tal do Nibiru está previsto para se colidir com a Terra precisamente no ano de... 2012.

Há outros vários eventos que podem ser considerados sinais de que, se não é o fim do mundo que está vindo, algo de importância inimaginável e que vai mudar todos os conceitos que temos formados se aproxima a cada dia. Provavelmente para acontecerem em 2012.
São os cada vez mais freqüentes relatos de OVNIs e coisas sem explicação acontecendo ao redor do mundo.
É a tal previsão de que o Papa João Paulo II seria o último antes do surgimento das Bestas do Apocalipse.
É a terceira mensagem de Fátima, dizendo que os eventos do apocalipse começariam após a morte de Lúcia. Lúcia morreu em 2004, o mesmo ano das Tsunamis.
São tremores de terra sem explicação no Brasil.
É o aquecimento global atingindo níveis de desespero.
É o homem querendo brincar de Deus, criando espécies novas (como o Ligre), querendo recriar o Big Bang, invadindo o espaço.

Me chamem de lunática, de conspiracionista ou do que quiserem. Em 2012 nos encontramos.

"Está em qualquer profecia que o mundo se acaba um dia."

[Clichês]

"Que sei eu do que serei, eu que não sei o que penso?"

Ah... Penso tanta coisa, penso sim. Mas não posso ser tudo o que penso.
Ou posso?
Tantos no mundo pensam ser tudo o que penso que sou que não podem haver tantos.
Não há nada mais comum do que o desejo de ser diferente.
Há padrão até no diferente. Há coerência em ser incoerente. Coerentemente, se é que me entende.
Há tanto desejo de diferença no mundo que se fossem todos os desejos realizados não haveria no mundo dois iguais.
E se não há dois iguais, por que então utilizo palavras de outros para dizer o que penso?
Ou será que não penso?
Às vezes penso que tudo o que penso foi antes pensado e enfiado na minha cabeça para que eu pensasse que penso.

Penso, logo existo?
Existo, logo penso?
Será que penso?

E nada, nunca, não haverá o que ser dito ou pensado senão palavras e pensamentos já formulados.

Em que pensar neste mundo
quando tudo já foi pensado?
Como gritar sobre o absurdo
se o absurdo é sempre gritado?

Como reclamar a liberdade
quando ser livre é ser prisioneiro?
O que falar em minha idade
se sou apenas metade do inteiro?

Como escrever minhas idéias
se todas as idéias já foram escritas?
Como dizer as palavras certas
se as palavras certas já foram ditas?

Como tentar sair do normal?
Como poder ser menos clichê?
Se tudo é sempre igual
neste imenso Lavoisier?



"Neste mundo nada se perde ou se cria, tudo se transforma."

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

[Inspiração Sem Origem]

Certamente coisas sem explicação seriam vistas por debaixo daquela nuvem de fumaça, caso a fumaça em si não fosse tão espessa.
Era a certeza da ausência de presenças – faça isto quanto sentido possa vir a fazer – que trazia a insegurança quanto ao pretérito imperfeito do futuro mais-que-bem-passado. Como um filé ao molho madeira esfriando ao tiquetaquear do relógio de parede.
Foi um gato correndo sobre as teclas empoeiradas de um piano desafinado. Foi a mosca batendo irritante e constantemente no vidro da sala, como quem crê que se tentando com fé todos os obstáculos podem ser vencidos.
Aquela pessoa, homem ou mulher, sentada de pernas cruzadas no chão, correndo os dedos pela máquina de escrever, sem real consciência do que era impresso na folha de papel. E era o som das teclas batendo ritmicamente, em uma harmonia com a torneira pingando na pia da cozinha.
Não haveria mais sentido. Mas nunca realmente houvera. Se o teto virasse o chão em que a pessoa estava sentada, faria isso alguma diferença? Se na lareira crepitando ao seu lado direito passassem a dançar labaredas cintilantes em tons de azul e cor-de-rosa, qual seria o peso exato que isto teria sobre a relação indivíduo/mundo ao seu redor? E quem em sã consciência ousaria afirmar com real convicção que o chão não era o teto e que na lareira não dançavam labaredas cor-de-rosa?
Mas havia um som. E eram vários. Foram inúmeros sons espalhados ao redor da casa, em seu interior e no interior daquela pessoa que febrilmente escrevia, sem poder ter certeza de que as palavras impressas na folha à sua frente pertenciam a si mesmo ou a qualquer outra pessoa que pudesse estar ali, agora mesmo, em seu lugar ou em qualquer outro lugar do mundo!
Outro lugar do mundo... Sim, haveria então outro lugar no mundo que não aquele em que a pessoa estava? Sim, certamente haveria, embora aquela pessoa não pudesse afirmá-lo sem correr o risco de perjúrio. Afinal, que certezas poderia ter uma pessoa sentada no chão de pernas cruzadas escrevendo palavras que talvez não fossem nem mesmo suas?
Palavras, palavras e palavras... Talvez fosse Hamlet ou Telmah, não saberia dizer e tampouco faria diferença se soubesse. Qual seria a razão daquilo tudo, quais seriam os tipos de racionalização que aquela pessoa sentada de pernas cruzadas poderia ter?
E eram respostas vestindo máscaras de perguntas. Mas não seriam todas assim? Quem, afinal, faz perguntas sem poder visualizar qual será a resposta? Seria como dar um passo rumo a um abismo escuro, como poderia saber se encontraria a ponte?
As palavras que não eram suas... O som que era vários e que eram um só habitavam o ambiente, acompanhados pelo miado baixo do gato querendo atenção.
E foi assim que, deixando de lado a máquina de escrever e esticando as pernas, a pessoa se levantou e foi afagar o gato.

[Mudança de Ares]

Não, eu não me cansei do Desvairios. Só que acabei por me juntar à massa e entender que, apesar das vantagens do Blogger.com.br (calma, eu ainda vou pensar em uma), a versão gringa realmente é melhor. Ou, pelo menos, mais fácil e rápida.

Isto não é como se eu estivesse abandonando o Desvairios. Não, eu adoro aquele blog e ele vai continuar existindo. Também não garanto que nunca mais volte a escrever por lá, embora eu imagine que é o que vai acontecer.

Mas resolvi criar um novo nome e um novo endereço porque este aqui me dá mais liberdade para escrever sob qualquer estado de espirito (não que o Desvairios não me desse, mas é diferente). E, também, neste aqui não há erros de ortografia no título (afinal de contas eu mesma já havia dito que o correto seria "desvarios" e não "desvairios").


Portanto, sejam bem vindos ao mais novo humilde lar das minhas Inspirações Perdidas.