sexta-feira, 7 de maio de 2010

[Ana e Bruno - Parte II]

- Pode ir sem medo que ninguém vai segurar você. Não se preocupe, eu ficarei bem. Eu entendo que você queira ir; ninguém agüenta viver engaiolado. Admito que tentei manter você numa gaiola. Só quero que você entenda que fiz isso por amor. Errei, errei de uma forma talvez imperdoável, mas fui apenas mais uma pessoa na humanidade a errar por amor. Me perdoe por amar tanto a ponto de ter me cegado e esquecido que você também tinha uma vida independente da minha. Me perdoe por ter me preocupado tanto com a minha própria vida que cheguei alguma vezes a tentar anular a sua. Por admitir isso, e por amar você, eu digo que você pode ir sem medo. Pelo menos desta vez vou fazer alguma coisa certa por amor: libertar você. Abri a sua gaiola. Pode voar agora, bater as suas asas e ir para onde quiser. Torço por sua felicidade, esteja ela onde estiver. Ficarei bem se você estiver bem. Peço apenas que você me informe sobre sua vida, mesmo que sejá só por amizade. Sei bem que já perdi o seu amor, mas espero ainda poder ser seu amigo. Talvez isso seja pedir demais, mas tente ao menos considerar a hipótese de manter a amizade. Se eu vou esquecer você? Receio que isto seja impossível. Vou amar você até o dia da minha morte, e meu último fôlego será para dizer o seu nome. Mas já disse para você não se preocupar comigo; eu ficarei bem. A hora que você quiser sair, pode ir que eu não vou segurar você.
- Tá bom, Bruno. Posso ir para o trabalho agora? 

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