sexta-feira, 7 de maio de 2010

[Ainda não é Ana e Bruno]

Postado originalmente em 14 de junho de 2007

Em segundo, ... bom, acho que não tem segundo...
- No princípio era escuro, não era? Ou seria a ausência do Tempo? - perguntei para mim mesma.
- Ah, o Tempo, o Tempo... Sempre obcecada pelo Tempo, não? - respondi.
- Pelo Tempo... Pela Vida... e, por que não?, pela Morte? - devolvi.
- A Morte sempre obceca os seres humanos... - filosofei como resposta.
- "E o verme, este operário das ruínas/Que o sangue podre das carnificinas come/E à vida em geral declara guerra/ Anda a espreitar-me os olhos para roê-los/E há de deixar-me apenas os cabelos/Na frialdade inorgânica da Terra" - augustinianamente, Eliza entrou na discussão.
Silêncio, todas as Tatianas olhando para Eliza.
- Alguém chamou você para a conversa? - alguma de mim ousei perguntar.
- Deixa ela, ela é legal... - outra respondi.
Silêncio novamente, Tatianas pensando se Eliza deveria entrar na discussão ou não.
- De acaso em acaso... É como vamos e voltamos, de idas e vindas infinitas na escuridão de nossos próprios passos. - ninguém pareceu notar Tahjra Kwendi filosofar baixinho.
O silêncio ainda predominava.
- Silêncio... como no princípio, não? - alguém falei.
- E a ausência do Tempo? - outra perguntei.
O constrangimento povoou o local.
- "E os que lêem o que escreve/Na dor lida sentem bem/Não nas duas que ele teve/Mas só a que eles não têm" - e a voz de Eliza ecoou no vazio.

postado por Todas Nós - literalmente 

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