sexta-feira, 7 de maio de 2010

[Sobre nada e uma remela amotinada]

Postado originalmente em 23 de setembro de 2007

É...
E aí uma pessoa no mundo vai dormir às seis e meia da manhã.
E é um dia quente que começa por aí. Mesmo assim, alguém se cobre até as orelhas.
E aí, quando os dois ponteiros do relógio apontam para o mesmo 12 no alto do círculo, alguém desperta.
Não há sono e nem vontade de dormir.
Há calor e algo que - quem sabe? - se pareça com inspiração.
Alguém se levanta e vai fazer o xixi matinal.
Um computador, vagas idéias e nenhuma palavra. Alguém tenta, bem que tenta.
O mundo parece girar. As coisas estão assim - como dizer? - como se alguém tivesse bebido algumas latinhas de cerveja.
E ainda tem a remela no olho que fez motim e se recusou a ir embora com a água da pia. Alguém coça os olhos, tanto em busca de um foco melhor quanto de ignorar os protestos por um emprego mais digno por parte da remela amotinada.
E o amotinamento termina com o esmagamento sangrento e sem chance de resposta da remela. Se quer tanto um emprego mais digno, vai nascer de novo, vai! Que descanse em paz.
Tá. Alguém precisa de idéias. Talvez um copo de água amanhecido ajude. A águas desce garganta abaixo, com seu gosto de algodão empoeirado. Alguma idéia?
Alguém desiste. Que se fodam as idéias, quem precisa delas?
Então vamos pentelhar quem ainda dorme.

por Tatiana

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