sexta-feira, 7 de maio de 2010

[Não saberia dizer, e a verdade era que muito pouco importava.]

Postado originalmente em 12 de maio de 2008


Não era pessoa de se contentar em ser “uma”. Ou era “a”, ou não era. Não havia meio-termo.
Verdade é que sabia ser, no fundo, apenas mais uma, assim como todos os outros. Querendo ou não, era o que era e o que todos eram era apenas mais uma pessoa no mundo. Um pontinho escuro no meio da noite. Um gato pardo a mais num terreno baldio. Uma poesia a mais no mundo.
Há os que pensam ser as poesias únicas. Há quem diga que cada poesia é “a” e jamais “uma”. O que é esta senão a mais completa enganação?
Sim, para mim há “aquela” poesia. Mas e das poesias das quais nunca ouvi falar, das quais nunca ouvi um verso, o que são feitas delas? São mais “uma”. Apenas mais “uma”. Assim como “aquela”, que sempre será mais “uma”.
“Todas as cartas de amor são ridículas, não seriam cartas de amor se não fossem ridículas”
“O poeta é um fingidor, finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente”
“O amor é fogo que arde sem se ver”
“Ah, o amor... Que nasce não sei de onde, vem não sei como e dói não sei por quê”

Todas apenas mais “uma”.
E qual a importância deste texto?
Nenhuma... É apenas mais “um”.

por só mais alguém

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